sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

ACENDER ESTRELAS NO ANO NOVO



            Era véspera de Ano Novo. O velho acordou, abriu lentamente os olhos e lembrou-se. Não estava no asilo onde morava, e sim na casa de uma sobrinha que tinha por hábito trazê-lo pra sua casa em dias de festa. Já havia se acostumado com os sons da casa, o barulho de louça na cozinha, um galo cantando ao longe, música no velho rádio da família, o menino esperto falando qualquer coisa com a mãe. O homem virou de um lado, virou de outro e por fim sentou-se na beirada da cama. Passou a mão pelos ralos cabelos que ainda lhe restavam. Olhou para os lados por puro hábito. A escuridão era a mesma de sempre, fosse noite, fosse dia. Nem uma sombra, nem uma réstia de luz. Isso não era novidade, estava habituado à escuridão. Era cego, irremediavelmente cego, desde seus cinco anos. Lembrava-se muito vagamente de algumas nebulosas imagens, porém era algo tão remoto no tempo que já não sabia ao certo se havia sonhado com essas imagens imprecisas ou se de fato tinham existido. 
            Vestiu sua roupa, uma espécie de uniforme de algodão azul desbotado. Sem necessidade de mirar-se no espelho, galgou com passos largos o corredor que dava ao banheiro. Após lavar-se foi se sentar na varanda, onde sentiu o calor do sol que banhava todo o ambiente. Recebeu bons dias e logo ouviu a mãe do menino lhe chamar para um café quente com broas de milho. Ele falava pouco, não por tristeza, apenas por uma solidão forçada pela cegueira que o obrigou a construir uma vida dentro de si em que falava com ele próprio, com seus pensamentos, com Deus ou sabe-se lá com quem. Mas o homem era afável com todos e não trazia nenhum traço de amargura. Aceitava seu fardo com coragem, aliás, quando não mais pôde mais enxergar não precisou de coragem, apenas do afeto da mãe que enxergava por ele e lhe abria os caminhos coloridos do amor. A cegueira não era um fardo para ele. Decididamente não.
            O menino, como é próprio das crianças, sentia curiosidade ao conviver com quem tinha os olhos brancos e mesmo sem enxergar, conseguia andar pela casa sem esbarrar nos móveis e conversava sobre diversos assuntos, como se para conversar fosse preciso enxergar. Eles se davam bem. E a hora que o garoto mais gostava era quando o velho cego se preparava para escrever.
Naquela noite, pouco antes da virada do ano, o homem colocou uma folha de papel grosso entre duas tábuas de metal. Suspirou profundamente e em seguida, sem hesitar um segundo, com uma velocidade assombrosa, pôs-se a picar o papelão como num transe, como se tivesse a visão mais perfeita do mundo. Finda a operação, o homem cego ainda permaneceu em silêncio, inebriado, ausentado de si, como se sua alma tivesse se soltado delicadamente de seu corpo. Ele quedou-se encantado, preso num momento mágico que o transcendeu por completo. O garoto, intuitivo, sabia que algo muito grandioso havia se passado com o homem. E lhe perguntou o que tinha escrito, ao que o homem respondeu: escrevo o que sinto e quando escrevo eu vejo. Não sei se é um poema, diga-me você. E passando os dedos pelas saliências do papelão, leu para o menino:
“Sinto o coração pulsar forte, desço às cavernas profundas dos oceanos onde a vida teve início. Alço voo até o céu, compartilho o universo com os pássaros batendo as asas e saboreando o vento numa imensidão azul. As águas são lindas e o céu é fulgurante. Deixo a masmorra triste da cegueira, e finalmente, liberto, provo do êxtase pela beleza da vida neste momento de rara epifania. Meu escrever é a forma de acender as estrelas nesta irremediável escuridão de cegueira física.”  
Os fogos pipocaram na noite escura. Feliz Ano Novo, exclamaram todos! O velho cego abraçou cada pessoa, sentindo-se agraciado pela vida, afinal talvez enxergasse bem mais do que todos. Bastava escrever.

(Inspirado em um relato verídico de José Saramago)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

CARTA PARA PAPAI NOEL



Papai Noel, há muito tempo que não peço nada ao senhor. Tanto tempo que minha última cartinha devia ter um pedido de uma boneca da Estrela! E ganhei! Porém sei que não foi o senhor que trouxe. Sempre foi minha mãe. Eu já sabia e sei que você não existia como não existe, mas de repente, tudo pode ser, não é? Envolvida pelo clima mágico do Natal, quem sabe você existe sim ou passou a existir, sei lá.
Então tenho alguns pedidos: o senhor sabe, a vida passou, tudo mudou. Já não sou mais aquela menina que queria a boneca da Estrela, maravilhosa por sinal! Reconheço que era. Bochechuda, cabelos loiros de um loiro inigualável, olhos azuis claros. Também tenho olhos azuis, mas são escuros, assim como o mar ao entardecer. E eu amo olhos azuis claros, ninguém está contente com o que tem. Este é o mal da humanidade. A boneca tinha uma bolsinha pequenina e quando abri me deparei com uma escova de cabelo e batom, que lindo foi aquilo! Agora, a boneca da Estrela já era, as meninas pedem celulares de última geração, top de linha. Também não quero isso. Meus pedidos são modestos:
- Quero um panetone recheado de churros. Pra variar, Papai Noel, saí, comprei dois panetones pra duas pessoas que gosto muito. Comprar três, já era uma exorbitância. O senhor acredita que já é o segundo Natal que quero muuuito um panetone recheado de churros que compro para os outros e não tenho coragem de comprar pra mim? Pois hoje decidi que compraria, fui toda destemida à loja e o senhor acredita que acabou? Acabou. Não tem mais. Como sempre fico só na vontade. Mas para dizer a verdade, senti até um alívio. Papai Noel, deve ter alguma coisa errada comigo! Ou é muita falta de dinheiro ou muita falta de autoestima, ou os dois. Fala a verdade!
Também quero umas duas caixas de champanhe, da boa, nacional mesmo porque sou uma pessoa que prestigia o que é nosso, por exemplo, uma Salton brut ou demi-seco, ou uma Terra Nova, já tá mordebão. Mas não quero “Chuva de Prata” ou de ouro. Sou enjoada. Meu marido andou comprando aí umas garrafas de champanhe pra mim, desconfio que não passam de três! Escondeu o embrulho, mas já vi onde está, só que não abri, isso não faço, não é do meu feitio.
Ele disse que não preciso de nada, que já tenho tudo, por exemplo, um marido como ele, (como é convencido!) É verdade que é pessoa finíssima, acredito que é um príncipe, sem castelo nem carruagem, mas dos bons, da linhagem de Davi, um príncipe por dentro, entende? O tal do tesouro interior. Eu sei, é riqueza que não se vê, mas se vive e se prova dela. Também ele me disse que o pouco com Deus já é muito. É sim. 
Então Papai Noel, continuo querendo mais. “Quero mais, bem mais do que vem nos milagres”, como dizia Cecília Meireles. Quero que o Céu exista de verdade, com ruas de ouro e quero encontrar nossos cães lá, todos eles, já me disseram que eles irão para o Céu. Quero minha família muito unida, quero um perdão que pedi e nunca recebi, quero muitos risos mesmo misturados com lágrimas, quero muitos sonhos porque a vida é pequena e meus sonhos são muito grandes. Acima de tudo quero ser uma pessoa melhor. Infinitamente melhor.
Pode ser? Obrigada!
Feliz Natal Papai Noel!
Não se esqueça do panetone recheado com churros e das garrafas de champanhe da boa!
   

ADORÁVEL COSTUREIRA



Ontem fui à costureira que está fazendo um vestido pra mim. Achei que eu merecia um vestido novo, estampado de flores para usar no Natal. Quase sempre compro roupas prontas, mas de vez em quando opto pelo feito pra mim. E, invariavelmente, expressão que minha mãe costumava usar, toda a vez que estou diante do espelho com a costureira a espetar um alfinete aqui e ali, eu viajo e me lembro da mamãe. Ela foi uma costureira exemplar. Muito chique. Eu poderia escrever um livro inteiro sobre ela, aliás, já escrevi, mas isto é outra história.
Bem, ela era esperta, inteligente, ativa. Eu sei, eu sei, mãe é mãe. Ela contava muitas histórias de sua vida e uma dessas histórias era que em Caxambu havia aprendido a costurar com uma senhora, não vou me lembrar do nome. Então, todos os dias, lá ia minha mãe pra a casa da Dona Lalá, faz de conta. Lá, elas cortavam o pano, costuravam, conversavam e davam conta das encomendas. Esperta como era, logo superou a mestra. Gente, isso é uma dedução minha, é claro, mas tenho certeza de que foi exatamente assim que o fato se passou. Um dia, Dona Lalá ficou fitando com profundo interesse um retalho de alguma peça que lhe caiu às mãos. Por fim exclamou:
- Zezé, olha que coisa linda! Olha que vestido lindo daria se o retalho fosse um pouquinho maior! Já pensou eu indo à missa com uma joia rara dessas?
Minha mãe olhou, olhou, e ao voltar para casa, ela levou o retalho com ela. Não sei como, devido à precariedade de recursos da família, lá tinham uma velha máquina que ainda costurava. Como um matemático debruçado sobre uma equação impossível, minha mãe estudou profundamente as medidas do retalho, tentando fazer um milagre com aquele pedaço do tecido. Idealizou um modelito originalíssimo, e mãos à obra. Cortou, emendou, fez isso e aquilo e a obra de arte aconteceu. Às 4 da manhã, o vestido estava pronto. Ela fez um embrulho e foi no dia seguinte trabalhar na casa de Dona Lalá. Ao chegar, disse:
- Dona Lalá, é pra senhora.
- Ahn? Para mim? O que é?
            Estupefata ela viu o vestido que brotara da eficiência e criatividade de minha mãe. Ficou felicíssima, talvez tenha sido o melhor presente de sua vida. Mais feliz ficou minha mãe artista. Bem cedo ela percebeu que dar é infinitamente mais gostoso do que receber. Assim contava minha mãe. Assim ela fez vestidinhos lindinhos pra mim e minha irmã. Acho que eu não poderia ter escolhido contar algo mais delicado sobre minha mãe com a proximidade do Natal. Com os olhos marejados, eu me lembro da generosidade dela, penso que lá no Céu Dona Lalá foi recebê-la com aquele vestido fantástico.
Feliz Natal! Um pouco cedo, né gente? Mas quando brota uma história, não há quem me faça esperar. Meu Natal já está em curso.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

LIÇÕES DAS CRIANÇAS SOBRE O MUNDO



Quando leio um livro, guardo o hábito de grifar, às vezes até com caneta as passagens que mais me encantam e anotar o número dessas páginas ao final. Aí, quando eu folheio meus livros preferidos e procuro pelos tais parágrafos que me chamaram a atenção, eu me encanto novamente, cada vez mais encantada que a última. Pois bem, foi assim que não só verifiquei as passagens preferidas como li de novo “As pequenas memórias” de Saramago.
Um relato em questão me tocou profundamente: ainda bem menino, Saramago subia ao Chiado acompanhado da mãe e da tia e, encantado com os balões coloridos que um homem vendia, pediu à mãe que lhe comprasse um. Este era seu primeiro balão em seus seis ou sete anos. Mais adiante, segurando o cordão e se sentindo importante e feliz como se conduzisse o universo inteiro pelos ares, ouviu alguém que se ria dele em suas costas. O menino olhou para trás e viu que o balão havia se esvaziado e que ele, sem se dar conta, arrastava pelo chão de barro uma coisa suja, enrugada e informe, e tudo isso sob a caçoada dos dois homens que vinham atrás. Naquele momento ele se sentiu como o mais ridículo dos espécimes humanos. Nem sequer chorou. Deixou cair o cordão e agarrou-se aos braços da mãe como se fosse uma tábua de salvação e continuou a andar. Para ele, aquela coisa suja, enrugada e informe era “realmente o mundo”, palavras dele. Aqui costumamos dizer que era a cara do mundo.  
Evidentemente que Saramago superou esta humilhação provocada pela covardia de dois adultos e como vingança nos presenteou com a delicadeza do mundo belo, sensível e maravilhoso de suas obras. Como é salutar realizar uma vingança boa!
Agora relato outro episódio de criança, porém que se passou com a escritora deste texto. Tinha eu por volta de sete ou oito anos e frequentava as aulas de catequese na antiga Sede em Pedralva, construção que os mais velhos devem se lembrar. Eu era uma menina inquieta e chata que às vezes dava trabalho para as professoras. Lembro-me de fazer brincadeiras e atrapalhar a aula da professora moreninha e delicada que tentava me refrear com doçura. As outras crianças, contaminadas pelo meu mau comportamento, riam e me incentivavam a continuar com as peraltices. Cheguei ao cúmulo de sair de minha carteira e ocupar a cadeira da professora que continuava a aula virada de costas para mim. Comecei a balançar na cadeira para frente e para trás fazendo macaquices até que não deu outra: caí com a cadeira e tudo de costas no chão. Tonta, ainda sem entender o que havia acontecido comigo, comecei a chorar ouvindo a turma que gargalhava a não mais poder. Eu mereci, bem feito pra mim. Mas a professora, nossa, que lição! Como assim? Quem falou? Ficou brava com a turma e me socorreu gentilmente, com muito cuidado, com muito amor. Ela me levantou, me abraçou e me acolheu. Eu fiquei com o rosto enterrado nos braços chorando mais pela humilhação do que pela dor. A aula acabou e eu continuei sem poder encarar ninguém. A professora não desistiu de mim. Continuou lá comigo, falando palavras de conforto que só faziam com que meus olhos fabricassem mais e mais lágrimas. Eu sofria pela humilhação do tombo, mas igualmente por uma sensação incômoda de algo me faltava, o castigo merecido que a professora não me impingiu. Ela sabia e eu também que já estava por mim mesma castigada. E esta compreensão doía muito. Era confuso, mas entendi: “No pain no gain”.
Fui para a casa e tratei de despistar para minha mãe não perceber meus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Contar para ela era algo impensável, fora de questão, pois tenho certeza de que me puxaria as orelhas e me golpearia com uma saraivada de chineladas merecidas no lugar apropriado! Eu já havia aprendido a duras penas como deveria me comportar nas aulas. Esta lembrança me acompanhou por quase seis décadas (descobri que é bem mais suave falar “décadas” do que “tantos anos”). A professora me mostrou que o mundo poderia ser, além daquela “coisa suja, enrugada e informe”, uma delicada experiência de aprendizado. Quem seria ela? Por onde andará? Será que se lembra? Gostaria que lesse esta crônica. Fica aqui minha homenagem a ela e às professoras que nos ensinam bem mais do que os conhecimentos de português e matemática e outras infindáveis disciplinas.    

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

BABÁ - Um encanto de pessoa



            Estava eu ontem, dia 4, assistindo à missa na Matriz da Soledade quando ouvi a Primeira Leitura que tratava dos 144.000 assinalados. Impossível não me lembrar da Babá, mulher excepcionalmente encantadora que tive a honra de conviver por longos anos. Ela e minha mãe eram muito amigas, coisa de confidentes mesmo. Lembro-me de quando minha mãe ia até sua casa e em seu quarto trocavam desabafos, mas 98% das conversas versavam sobre orações, vidas dos santos, como devia ser o Céu e tal e tal. Eram tão amigas e tão piedosas que quando se encontravam seu cumprimento não poderia ser outro:
- Mamãe: E o anjo do Senhor anunciou a Maria!
- Babá: E ela concebeu do Espírito Santo.
- Mamãe: Eis aqui a escrava do Senhor,
- Babá: Faça-se em mim segundo à Vossa Palavra.
- Mamãe: E o Verbo Divino encarnou,
- Babá: E habitou entre de nós!
            A Babá se chamava “Sebastiana Inês”, mas “Babá” acabou por ser incorporado ao seu nome, ou seja, ela era sempre chamada e conhecida pelo apelido de Babá por crianças e adultos. Menina ainda, foi criada pelos avós de minha prima. Babá ajudou a criar ou criou mesmo a primeira geração da família e depois a segunda. Era amada por todos. Lembro agora do nosso saudoso Darci que adorava de paixão a Babá e ia muito à sua casa. Em seus aniversários Babá recebia presentes de todos da família, como das amigas da igreja, aliás, Babá não saía de lá. Enquanto pôde, ela subia o morro da igreja para assistir à missa das 6 da manhã e, imagine, já ficava pra missa das 7. Todo mundo já sabia.
            Quando ficou mais velha e com mais dificuldades para andar, minha mãe arrumava seu almoço e me pedia para levar lá pra ela. Babá era extremamente carinhosa comigo. Via como eu me preocupava com a mamãe e dizia, rindo: A filha é mãe da mãe, kkkkk.
            Minha prima Musa foi encarregada de recolher certa quantia dos irmãos e primos que ajudaram a Babá em sua velhice. Musa comprava os medicamentos e levava para ela que lhe dizia: Oferece mãezinha, oferece! (a Deus). Ela chamava a Musa de mãezinha! Quando a Musa voltava do trabalho, quase sempre ia buscar a Babá para ficar com a tia Odete, e depois a levava de carro para casa. No elevador, olhando a Musa pelo espelho, a Babá dizia: Oferece, oferece, querendo dizer que “dava muito trabalho”.
            Babá cometia apenas uma “contravenção religiosa”: jogava no bicho. Alguém lhe dava algumas cartelas e logo ela mandava uma das minhas primas com um dinheiro dobrado miudinho para entregar a quem de direito. Se minhas primas não estivessem em casa, servia qualquer um. Da janela ela chamava qualquer pessoa que morasse no bairro ali pertinho onde ficava a lotérica do bicho. Seu Geraldo Charreteiro muitas vezes parou sua charrete para a Babá que acenava para ele e assim também cumpria este papel de entregador dos trocadinhos do jogo.
Não sei se por causa deste “deslize” para mulher tão santa, ela se preocupava com o portão do Céu. Seria aceita? É onde agora eu retomo o início deste relato. Em Apoc. 7, 1-8, diz a palavra: “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes”. “Ouvi então o número de assinalados: cento e quarenta e quatro mil  ...” E a Babá, preocupadíssima, perguntava para minha mãe se ela estaria incluída nesses 144.000. Minha dizia que sim, que “é lógico, minha filha, você está incluída, se não estiver, quem estará?” E Babá foi para o Céu mansamente, numa santa morte, em 1996, deixando muitas saudades. Sua lembrança para nós é tão doce que suponho ter ela deixado seu coração conosco.
É como ouvi de minha prima Alice Carvalho: a vida é tão rica, Deus é tão bom!