terça-feira, 21 de março de 2023

O GAROTINHO DA COLETA


 

Ultimamente, tenho assistido missa aos domingos às 7.30 na Matriz da Soledade. Ali minha irmã e eu nos encontramos com nossa prima e ficamos juntas. Minha prima, uma espirituosa e perspicaz observadora que nunca perde nada do mundo que sempre acontece, logo me chamou atenção para observar um menininho. Assíduo frequentador daquelas missas ele vai com a avó para ajudar na coleta. Imagino que ele deva ficar com os pais lá atrás porque quando vai se iniciar o Ofertório, a avó e outras mulheres se dirigem para a entrada da igreja de modo a fazer uma pequena procissão até o Altar e aí que aparece nosso pequeno personagem que vem triunfante de mãos dadas com a avó.

Imagino como ele deva ser tomado pela ansiedade enquanto o Ofertório não começa. Imagino seus olhos atentos para ver a avó que surge para buscá-lo. Logo, lá vem o menino com a avó e ele aparece tal qual um pequeno aprendiz de um virtuoso guerreiro ou fidalgo. Tudo fará para cumprir à risca sua nobre função. Compenetrado, diligente e cheio de orgulho, ele se apressa a segurar a “salva”, aquele apetrecho com cabo de madeira e saco de veludo para recolher as ofertas na igreja.   

O garoto é pequeno, miudinho, magrinho, vem sempre vestido bem arrumado, simples. Ao se aproximar de nosso banco, percebo que seus olhos brilham denunciando que este tem sido o momento mais importante de sua pequena vida. Talvez pretenda ser um acólito quando crescer, e mais tarde, talvez um seminarista, padre, bispo e quiçá até Papa, afinal os Papas já foram todos meninos um dia.   

Não resta dúvida de que ele é um menino feliz, cheio de vida, amado pelos pais e avós. Do que mais uma criança precisa para ser feliz? E agora nesses tempos caóticos há quem batalhe pelo fim da família, há quem batalhe para que haja produções independentes, para que os bebês sejam separados dos seus pais! É verdade que nem todas as crianças são amadas, não, não são, eu sei. Sei que muitas são humilhadas, abusadas. Infelizmente, em todas as épocas e lugares existiram e existem adultos cruéis.    

Querido menino, você não me conhece, mas se pudesse ler e entender o que escrevo, saberia que eu o conheço profundamente. Seja feliz garotinho, que o mundo o espera!

domingo, 19 de março de 2023

ÁGUAS PASSADAS


Não guardo mágoas

De passadas águas

Nem cultivo rancores

Só sementes e flores

Como lilases, vivazes

E perfeitos amores

Não mais desejo honras

Nem ricos louvores

 

Nessa vida de contrários

De ditames arbitrários

Neste mundo invertido

E perdido de desvarios

De loucuras, desventuras

Não digo não à minha cruz

Por amor de Maria e Jesus

Sigo em frente

Nem triste nem contente

Deixo as mágoas e águas passadas

Ao fim de tudo

Restarão a fé, o prêmio

E as penas

Apenas

 

 

 

sexta-feira, 17 de março de 2023

GARABANDAL - Um mistério de amor

 

 A primeira vez que ouvi falar em Garabandal foi através de minha mãe, isso lá pelo início dos anos 80. Ela, como sempre tão piedosa, tão encantada com as coisas de Deus, estava sempre por dentro de todas as aparições de Nossa Senhora ou quase todas. Naquela época eu ouvia este nome Garabandal que soava bonito, mas nada sabia sobre a matéria e nem me interessava, eu voava pelo mundo com mil interesses que não eram religiosos, pobre de mim.

Há pouquíssimo tempo eu me inteirei da história de Garabandal e tal como minha mãe fiquei encantada com as delicadezas e com a generosidade de Deus. San Sebastián de Garabandal é uma aldeia até hoje com apenas trezentas pessoas. Fica situada nas montanhas da Cantábria no noroeste da Espanha, um lugar de serenidade e paz. Lá viviam, na década de sessenta, quatro meninas: Conchita González, Jacinta González, Mari Loli Mazón e Mari Cruz. Elas tinham doze anos, apenas Mari Cruz tinha onze. As meninas frequentavam a escola pela manhã e pela tarde ajudavam os pais no campo, cuidando de ovelhas, colhendo feno e lenha. Iam à missa aos domingos, rezavam o rosário e recitavam poemas para Nossa Senhora durante o mês de maio. Eram meninas normais, bonitas, alegres, de hábitos saudáveis, olhar puro e limpo. 

Em 18 de junho de 1961, as meninas brincavam no alto de uma das montanhas quando ouviram um forte trovão. Viram então um anjo que tornou a aparecer nos dias seguintes. No dia 1º de julho o anjo disse que a Santíssima Virgem iria aparecer para elas como Nossa Senhora do Carmo. De fato, no dia seguinte, dia 2 de julho de 1961, dia da Festa da Visitação, Nossa Senhora visitou as quatro meninas, tendo o Menino Jesus ao colo e ao seu lado dois anjos, sendo que um deles foi identificado mais tarde como São Miguel Arcanjo.

As aparições de Nossa Senhora duraram quatro anos, de 1961 a 1965. Foram quatro anos de fenômenos sobrenaturais incríveis, extraordinários, com curas de corações e almas, graças e conversões. As meninas entravam em êxtase e ficavam transfiguradas. Seus olhos não reagiam à luz de poderosas lâmpadas ou flashes. Subiam a montanha de pedras com uma incrível velocidade que os jovens rapazes não conseguiam alcançá-las, e ofegantes, desistiam. Elas caíam de joelhos batendo nas pedras e nada lhes acontecia. Enquanto olhavam devotadas para a Virgem, acontecia uma notável insensibilidade física em seus corpos. Foram feitos testes com cigarros que não lhes queimavam a pele, com alfinetes que não furavam suas mãos. Caminhavam pelas ruas da aldeia, quase levitando com as cabeças voltadas para o Céu, tudo isso sem tropeçar, sem cair. Subiam de costas o caminho para a montanha, coisa que ninguém podia acreditar, tudo isso testemunhado por cerca de 3.000 pessoas quase que diariamente durante anos.

Um fenômeno magnífico para mim foi que os peregrinos entregavam terços, medalhas e objetos religiosos para as meninas que passavam à Nossa Senhora para abençoá-los. Mais tarde lá vinham elas com sacos de terços e medalhas e sabiam entregar cada objeto abençoado ao seu dono. Elas não seriam humanamente capazes de decorar o que seria de quem entre milhares de objetos e entregavam tudo certinho. Um fato curioso, alguém entregou uma caixinha de pó de arroz para as meninas, que estranharam, mas Nossa Senhora abençoou e revelou às meninas que aquela caixinha havia sido usada para transportar hóstias consagradas durante a guerra.   

Era impressionante o relacionamento amoroso que as meninas tinham com Nossa Senhora que em certas ocasiões brincava e jogava com elas e se despedia com um beijo!

Evidentemente, acorreram para Garabandal os mais notáveis médicos, especialistas, diversos padres jesuítas e bispos com fama de santidade, religiosos enviados pelo Vaticano. São Padre Pio ainda era vivo e deu o seguinte depoimento sobre Garabandal: “O mundo não crê em vós, benditas meninas de Garabandal, crerá quando for demasiado tarde.”

De Madre Teresa de Calcutá: “Desde o princípio cri serem verdadeiros os fenômenos de Garabandal.”

“Muitos vêm por curiosidade, depois de verem as meninas, os homens choram.” Don Valentin Marichalan.

“Sim, Garabandal é verdadeiro”. Manuel Garcia Nieto, El Servo de Dios SJ

“Eu creio no caráter sobrenatural e divino desses fenômenos”. Pe. Lucio Rodrigo SJ

“Como pode ser que umas simples meninas de 12 anos conseguiriam enganar as Eminências do porte de Nieto y Rodrigo?” Pe. Jorge Loring SJ

“Elas subiam e desciam velozmente a montanha pedregosa de costas, eu digo mais, digo que elas voavam”. Pepe Díez   

As aparições cessaram em 1965 e mais tarde as meninas saíram de Garabandal, seguindo suas vidas com naturalidade, casaram-se e se tornaram mães. Apenas uma delas está viva, Conchita que hoje vive em Long Island, Nova York. As meninas sofreram diante de tantas provas dos que duvidavam que a Virgem Maria estivesse aparecendo para elas. Como disse São Padre Pio, muitos não creram e não creem! Há que ter muita dureza de coração para não crer!

Minha mãe adoraria me ver pesquisando, escrevendo e me emocionando com Garabandal. Querida mãe, eu não teria feito isso sem a sua preciosa ajuda! Que bom que nos passou isso, que bom que seu amor a Deus nos fortificou para a vida!