Mais
um ano que se vai, mais um novo ano que vem. É claro que ao amanhecer do
primeiro dia do novo ano, tirando a ressaca da noite de champanhes e comidas apetitosas
seremos os mesmos, apenas um pouco mais velhos. Quando muito, trarei a lista de
metas e projetos na primeira gaveta da mesinha do computador. E como o tempo
agora passa aceleradamente por não sei qual fenômeno de aceleração planetária
que já me disseram, lá para maio ou junho, certamente constatarei que as metas
não saíram do papel. Ah, não vou prometer nada, vou vivendo desviando das
dificuldades como se fosse uma velha nave aposentada e perdida no espaço, sendo
atingida por meteoritos que surgem de todos os lados a uma vertiginosa velocidade.
Palavra de honra que às vezes me sinto conduzindo minha vida dessa forma.
Desvio aqui, desvio ali até que meus olhos vislumbrem algum planeta perdido, maravilhoso
e absolutamente desconhecido, onde viverei feliz como sempre quis, tal qual em Pasárgada.
Já
pensou? Pouso minha nave suavemente no tal planeta. O rei em pessoa vem me
receber, e me garante que ali eu serei feliz. Leva-me a um palácio suntuoso e
subimos uma escada em espiral até o topo, de onde a vista é a mais deslumbrante
que já vi. Lembra muito a Terra porque a natureza é pródiga, exuberante, mas há
qualquer coisa a mais que não consigo distinguir. Diz o rei, meu amigo, que
aqui minha vida será uma grande aventura, nada de coisas banais, cada dia trará
uma surpresa boa, uma notícia tão auspiciosa que pensarei que tudo não passa de
um sonho feliz, mas é real.
Diz
ainda o rei que poderei andar de bicicleta, mas confesso envergonhada que não
sei mais como se anda nessa geringonça de duas rodas. Sabia, ah, mas já faz
tanto tempo que não me lembro. Mas ele me rebate dizendo que aqui o tempo volta
até quando a gente quiser, portanto saberei pedalar como quando era criança. Sendo
assim topo subir até no pau-de-sebo, já perdi o medo de qualquer coisa. Menos
de uma: montar em burro brabo! Isso não! Mas tomarei banhos de mar! Ah que
delícia! Brincarei de espirrar água para o céu e as gotinhas se transformarão
em diamantes que brilham radiantes banhados pela luz do sol quentinho e amigo.
De
tardezinha eu me deitarei na beira do rio, e o rei já tratou com a mãe-d’água
pra me contar as mais incríveis histórias de aventuras que no tempo de menina
meu pai nos contava antes de dormir. Lá eu serei feliz como sempre quis. Nunca
mais serei triste. Quando de noite me der vontade de chorar, o rei em pessoa
virá me alegrar. E trará flores de cores primores que nunca vi antes. E me
contará casos tão engraçados, mas tão engraçados que me farão rir, rir tanto,
tanto, desses risos que não param nunca, que fazem a gente chorar de tanto rir.
Lá eu serei feliz como sempre quis.
É
o que eu desejo a todos vocês! Um 2017 em Pasárgada! Ou qualquer outro lugar
dentro ou fora de nós, onde haverá risos mil e onde seremos todos felizes para
sempre!
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